MULHERES QUE FAZEM HISTÓRIA: MARIA QUITÉRIA
Maria Quitéria foi a primeira mulher a se alistar e
lutar numa unidade militar.
Maria Quitéria de Jesus Medeiros
nasceu no arraial de São José de Itapororoca, na Bahia, provavelmente em 1792,
não se sabe ao certo. Era filha de um fazendeiro da região Gonçalo Alves de
Almeida e Quitéria Maria de Jesus. Perdeu sua mãe aos 10 anos. Seu pai casou-se
novamente e sua esposa não tinha boas relações com Maria Quitéria, por isso ela
passava grande parte do dia fora de casa. Assim, não aprendeu as atividades
comuns à mulher do século XIX, como costurar e bordar, mas a montar cavalos e
usar armas de fogo.
Em 1822 foi proclamada a
independência. Os portugueses que estavam no Brasil não aceitaram, isso gerou
uma situação de conflito com o império. Dom Pedro I organizou um exército
pró-independência para combater e expulsar os portugueses das terras
brasileiras. Para isso, enviou mensageiros às fazendas para recrutar
voluntários e arrecadar fundos para tal.
Maria Quitéria vivia na Fazenda Serra
da Agulha, na Bahia e quando os mensageiros lá chegaram, seu pai não aceitou
colaborar com o império. Ela então pediu permissão para alistar-se no exército,
seu pai não concordou. Então, determinada, ela fugiu de casa, cortou os cabelos
bem curtos, pediu emprestado um uniforme, vestiu-se de homem e alistou-se no
Batalhão de Voluntários do Imperador. Apresentou-se ao comandante com o
codinome “soldado Medeiros”. Aceito no exército, o soldado Medeiros foi para as
frentes de batalha onde demonstrou coragem, habilidade com as armas e bravura.
Era a primeira mulher brasileira a entrar para uma unidade militar. Semanas
depois, seu pai, descobriu seu paradeiro e denunciou-a ao major Silva e Castro,
comandante da divisão, mas Maria Quitéria já havia se destacado como um soldado
importante e necessário ao exército. Por essa razão, o major não aceitou sua
baixa.
Maria Quitéria
lutou com bravura nos combates de Conceição, Pituba e Itapuã. A partir de
então, outras mulheres seguiram seu exemplo e apresentaram-se ao comando do
Batalhão dos Voluntários, foram aceitas e entraram nos combates.
Em Barra do Paraguaçu o pelotão de mulheres
foi liderado por Maria Quitéria. Lutaram bravamente e impediram o desembarque
de tropas portuguesas. O Exército Pró-independência conseguiu expulsar os
portugueses do território nacional em julho de 1823.
Pelos serviços
prestados à pátria, Maria Quitéria foi homenageada por D. Pedro I com a medalha
de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro.
Depois disso, pediu perdão ao pai pela
desobediência e voltou para casa. Casou-se com Gabriel Pereira de Brito e teve
uma filha, Luísa Maria da Conceição.
Em 21 de agosto
de 1853, Maria Quitéria faleceu. O “soldado Medeiros”, Cavaleiro da Ordem
Imperial havia sido esquecido pela História.
Cem anos depois,
o Exército, na figura do Ministro da Guerra, ordenou que todas as unidades
militares passassem a ter um retrato de Maria Quitéria.
Ilza Kozik
Pedagoga e Especialista em Ecologia
Fonte: Ministério do Exército/defesa
e segurança Foto: arquivo Google
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