sábado, 5 de agosto de 2017

MULHERES QUE FAZEM HISTÓRIA: MARIA QUITÉRIA

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Maria Quitéria foi a primeira mulher a se alistar e lutar numa unidade militar.


Maria Quitéria de Jesus Medeiros nasceu no arraial de São José de Itapororoca, na Bahia, provavelmente em 1792, não se sabe ao certo. Era filha de um fazendeiro da região Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus. Perdeu sua mãe aos 10 anos. Seu pai casou-se novamente e sua esposa não tinha boas relações com Maria Quitéria, por isso ela passava grande parte do dia fora de casa. Assim, não aprendeu as atividades comuns à mulher do século XIX, como costurar e bordar, mas a montar cavalos e usar armas de fogo.



Em 1822 foi proclamada a independência. Os portugueses que estavam no Brasil não aceitaram, isso gerou uma situação de conflito com o império. Dom Pedro I organizou um exército pró-independência para combater e expulsar os portugueses das terras brasileiras. Para isso, enviou mensageiros às fazendas para recrutar voluntários e arrecadar fundos para tal.


Maria Quitéria vivia na Fazenda Serra da Agulha, na Bahia e quando os mensageiros lá chegaram, seu pai não aceitou colaborar com o império. Ela então pediu permissão para alistar-se no exército, seu pai não concordou. Então, determinada, ela fugiu de casa, cortou os cabelos bem curtos, pediu emprestado um uniforme, vestiu-se de homem e alistou-se no Batalhão de Voluntários do Imperador. Apresentou-se ao comandante com o codinome “soldado Medeiros”. Aceito no exército, o soldado Medeiros foi para as frentes de batalha onde demonstrou coragem, habilidade com as armas e bravura. Era a primeira mulher brasileira a entrar para uma unidade militar. Semanas depois, seu pai, descobriu seu paradeiro e denunciou-a ao major Silva e Castro, comandante da divisão, mas Maria Quitéria já havia se destacado como um soldado importante e necessário ao exército. Por essa razão, o major não aceitou sua baixa.


Maria Quitéria lutou com bravura nos combates de Conceição, Pituba e Itapuã. A partir de então, outras mulheres seguiram seu exemplo e apresentaram-se ao comando do Batalhão dos Voluntários, foram aceitas e entraram nos combates.


 Em Barra do Paraguaçu o pelotão de mulheres foi liderado por Maria Quitéria. Lutaram bravamente e impediram o desembarque de tropas portuguesas. O Exército Pró-independência conseguiu expulsar os portugueses do território nacional em julho de 1823.


Pelos serviços prestados à pátria, Maria Quitéria foi homenageada por D. Pedro I com a medalha de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro.


 Depois disso, pediu perdão ao pai pela desobediência e voltou para casa. Casou-se com Gabriel Pereira de Brito e teve uma filha, Luísa Maria da Conceição.


Em 21 de agosto de 1853, Maria Quitéria faleceu. O “soldado Medeiros”, Cavaleiro da Ordem Imperial havia sido esquecido pela História.


Cem anos depois, o Exército, na figura do Ministro da Guerra, ordenou que todas as unidades militares passassem a ter um retrato de Maria Quitéria.

 Ilza Kozik 

Pedagoga e Especialista em Ecologia 

Fonte: Ministério do Exército/defesa e segurança Foto: arquivo Google  

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